Qual o papel do CEO para a transformação cultural da sua empresa?
Nas últimas décadas, a sociedade sofreu mudanças que refletiram novas demandas e hábitos de consumo. Logo, visto que os negócios seguem as características do mercado, as empresas precisam se tornar mais ágeis, flexíveis e focadas nos clientes. Nesse contexto, o papel do CEO da empresa é conduzir essa transformação.
No entanto, ainda hoje muitos profissionais deixam as mudanças inteiramente nas mãos do RH, embora exista a necessidade de participação ativa da alta gestão. Sem isso, dificilmente é possível contar com o engajamento e integração de todos os setores.
Então, para que você entenda melhor o processo e saiba como se posicionar, preparamos este artigo sobre o papel do CEO da empresa nessa transformação cultural. Leia o conteúdo com atenção para entender o problema e receber insights valiosos! Boa leitura!
Qual é o papel do CEO da empresa na transformação cultural?
As organizações apresentam conjuntos de crenças, hábitos e valores compartilhados pelas equipes, que podem ser determinantes para sucesso ou fracasso coletivo. Trata-se da chamada cultura organizacional.
O problema é que tais atributos não afetam apenas a relação entre os colaboradores, mas são pressupostos críticos das estratégias organizacionais. Isto é, todo plano assume que determinadas condições são ou serão verdadeiras, e os padrões de comportamento do grupo entram para lista de previsões.
Imagine, por exemplo, que você planeja expandir para área de comércio online. Se as equipes são avessas à tecnologia e pouco dispostas a serem ágeis e flexíveis, as condições culturais para o sucesso da estratégia não estão dadas. Logo, sem uma transformação de crenças, hábitos e valores, os objetivos não serão alcançados.
A vinculação entre estratégia e cultura organizacional é o que traz a questão para as mãos do CEO. Quem assume a mais alta posição precisa liderar a mudança, porque o problema diz respeito aos mais altos planos da empresa. Você já parou para pensar nisso?
A solução, nesse caso, é uma aproximação da alta gestão com as áreas de RH e gestão de pessoas, reconhecendo-se o papel estratégico do capital humano. Assim, o CEO alinha as novas diretrizes da cultura organizacional com os objetivos estratégicos do negócio e integra a atuação de todos os setores para que a transformação não fique limitada a um departamento.
Quais são os benefícios da transformação cultural?
Ser bem-sucedido em uma transformação cultural pode representar vantagens de dois tipos. O primeiro diz respeito aos ganhos trazidos pelos novos atributos, enquanto o segundo, a adequação às características do mercado. Veja os 4 principais benefícios.
Satisfação do cliente
Compatibilizar o modo de agir da empresa com as expectativas atuais dos consumidores. Por exemplo, o mundo da internet trouxe exigências de agilidade, flexibilidade e inovação, que devem ser ouvidas e assimiladas pelas organizações, a fim de se manterem competitivas.
Resolução de problemas
Contar com equipes aptas a lidarem com os desafios do negócio. Com a transformação da sociedade, há mudanças nas questões enfrentados pelas empresas. Logo, ajustar a cultura ao contexto é uma das formas de apresentar melhorias na resolução de problemas.
Sucesso das estratégias empresariais
Ter os pressupostos para o sucesso das estratégias empresariais atendidos, de modo a concretizar os objetivos organizacionais. Como visto, só seremos bem-sucedidos se houver um conjunto de crenças, hábitos e valores compatíveis com as exigências dos nossos planos.
Competitividade
Construir os atributos de uma cultura organizacional fortalecida e tornar o negócio mais preparado para competir com outros agentes econômicos. Um exemplo simples é notar que, atualmente, empresas que não ingressaram no mundo digital perdem espaço no mercado.
Como o CEO pode exercer seu papel?
O ponto central é entender o papel da gestão do capital humano no processo de transformação cultural da empresa, situando o RH como um departamento estratégico. Dentro dessa perspectiva, é possível desenvolver certos pilares que servirão de alicerce para as mudanças.
Capacitação de colaboradores
Valorizar o aprendizado como parte da estratégia organizacional, procurando identificar carências e qualificar os colaboradores. Isso demanda um sistema de avaliação eficiente e objetivo para identificar os pontos específicos que devem compor os programas de treinamento.
Além disso, é importante pensar o longo prazo com planos de desenvolvimento individual (PDI), especialmente para que seja possível realizar a sucessão de líderes sem dores de cabeça.
Melhoria na gestão de pessoas
Assumir um papel preponderante na gestão de pessoas, buscando o desenvolvimento de pessoas e a criação de uma relação mutuamente satisfatória entre colaboradores e empresa. Assim, a organização contribui para concretização dos objetivos individuais, bem como os contratados visam os objetivos comuns.
Atualmente, essa gestão está cada vez mais voltada para influência em detrimento da compulsão. Isto é, os líderes incentivam os profissionais a adotarem os comportamentos, em vez de se basearem em ordens ou ameaças. Afinal, como argumenta Josh Kaufman, em “The Personal MBA”, embora ambos os métodos possam gerar resultados, há uma grande diferença em como os profissionais se sentem no processo.
Desenvolvimento de inteligência emocional
Entender o papel relevante de competências comportamentais e atitudinais para o sucesso organizacional como empatia, autocontrole, proatividade, autodidatismo e resiliência. Isso porque, como a tecnologia produz mudanças constantes, as habilidades técnicas podem ficar rapidamente defasadas, tornando a inteligência emocional um critério mais estável no longo prazo.
A ideia é que as suas equipes estejam preparadas para se adaptarem à medida que novas exigências forem postas na mesa. Até por isso, muitas empresas hoje buscam ser antifrágeis, desenvolvendo competências válidas mesmo em cenários caóticos.
Qualificação de líderes
Garantir que as pessoas à frente das equipes realmente tenham habilidades para orientar e influenciar pessoas. Muitas vezes, os profissionais chegam a posições-chave com base em desempenho em questões técnicas, logo, correm sérios riscos de serem chefes, mas não serem líderes. Então, esses atributos precisam ser desenvolvidos.
Sendo assim, além de ele próprio conduzir a transformação cultural, o papel do CEO da empresa é qualificar líderes para atuarem mais próximos do dia a dia. É fundamental colocar as pessoas certas à frente das equipes para promover as novas crenças, hábitos e valores para as equipes.